NOSSA MISSÃO
1.*Missão é o transbordar a fidelidade a Deus, portanto a missão não começa com projetos e sim com um encontro pessoal com Jesus Cristo.[1]
[1] Mc 5, 1-20; Rm 1, 16; Mt 20
“Portanto digo-vos, queridos amigos dos Movimentos: fazei com que eles sejam sempre escolas de comunhão, companheiros a caminho nos quais se aprende a viver na verdade e no amor que Cristo nos revelou e comunicou por meio do testemunho dos Apóstolos, no seio da grande família dos seus discípulos. Ressoe sempre no vosso coração a exortação de Jesus: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no céu" (Mt 5, 16). Levai a luz de Cristo a todos os ambientes sociais e culturais em que viveis. O impulso missionário é comprovação da radicalidade de uma experiência de fidelidade sempre renovada ao próprio carisma, que leva além de qualquer fechamento cansado e egoísta em si, Iluminar a obscuridade de um mundo transtornado pelas mensagens contraditórias das ideologias!” (Bento XVI, dia 22 de maio de 2006, na homilia de abertura do II Congresso Mundial dos Movimentos e das Novas Comunidades)
2.*Precisamos olhar para a história de vida do outro. Não podemos ser críticos. Cada vez mais precisamos viver o diálogo. Papa Francisco nos ensina: “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, existe uma opção sempre possível: o diálogo.”
Não tenhamos medo. Sejamos uma Igreja alegre em anunciar o Evangelho. Somos chamados a dialogar com o mundo (Evangelii Gaudium, 29) ser uma Igreja com as portas abertas acompanhando quem ficar pelo caminho (idem, 46) e sair para “oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!” (ibidem, 49).
Cristão que não faz missão vai deixando de ser cristão, pois como nos ensina São Francisco de Sales a melhor forma de aprender é ensinando.
“Um bom modo de aprender é estudar: um melhor, é escutar, mas o melhor de todos, é ensinar. Acontece muitas vezes, diz Santo Agostinho à piedosa Florentina que, dando, se adquire um título para receber e que, ensinando, nos obrigamos a aprender” (Filotéia, São Francisco de Sales)
3.* Quando o nosso coração encontra-se com o Coração de Jesus sentimos vontade de anunciá-Lo por todos os confins do mundo, mas como vamos anunciá-Lo?
Tomando para si a realidade do outro[2], animando-o, encorajando-o[3], levando-o a pureza de intenção, permitindo-o ver os sinais proféticos de Jesus através de nós [4], gastando-nos por Jesus através do irmão e convidando-o a caminhar junto (Ajaraí).
Precisamos ser parte para evangelizar todas as partes.
[2] “olhos misericordiosos, com olhos paternos para o próximo. O Senhor quer que tenhamos um amor especial, olhar de Pai, por isso olhar paterno, para todos aqueles que são os seus filhos, sem distinção” (Juliana Limeira, co-fundadora da Comunidade GMP- na Carta aos Intercessores)
[3] É necessário abençoá-lo; perceber que o outro é bendito (dizer bem) portanto devemos orientá-lo, corrigi-lo, mas não sem antes “dizer bem” dele.
[4] O discípulo precisa se transformar no Mestre. “A evangelização não é só anúncio, mas também experiência. Por isso precisamos proporcionar ao irmão evangelizado um encontro pessoal com Cristo.” (Fabio Limeira, Fundamentos Básicos da Comunidade GMP 3.2, 2009)
“ Com judeus, me fiz judeu, para ganhar os judeus. Com os súditos da lei, me fiz súdito da lei - embora não fosse mais súdito da lei - para ganhar os súditos da lei. Com os sem-lei, me fiz sem-lei – eu que não era sem a lei de Deus, já que estava na lei de Cristo - para ganhar os sem-lei. Com os fracos me fiz fraco, pra ganhar os fracos. Para todos me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho de Cristo eu faço tudo, para dele me tornar participante” (I cor 9, 20 ss)
4.* Através desta música que apresento a seguir apresento o “espelho” para a nossa missão: Jesus, manso e humilde
D A/C# G D/F# A9 A
Disse Jesus aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.
Bm A9 G A9 A
Não vou falar de mim sem dar glória a Deus, pois tudo que tenho e sou foi o Senhor que me concedeu.
Bm A9 Bm A9 G A9 A
Serenidade ao falar. Mansidão ao se expressar. A ira não alimentar na alma que só anseia o amor de Deus.
5.*A missão da Comunidade GMP será orientada pelo moderador missionário através da Palavra de Deus, dos documentos da Igreja (Evangelli Gaudium, “Documento de Aparecida”, entre outros), do documento Metodologia e de Missão (que apresenta o modo de agir missionário, missão da Comunidade e a relação com o outro) e Plano Anual de Missão que será composto por objetivos (centrados na busca da vontade de Deus através da oração e escuta) meios e avaliação de cada serviço da Comunidade GMP.
É importante reforçar a presença no Plano Anual Missionário, além dos objetivos e avaliação dos meios (fontes, fases, cronograma, linguagem...), pois “(...) a identificação dos fins, sem uma condigna busca comunitária dos meios para alcançá-los está condenada a traduzir-se em mera fantasia”. (Evangelli Gaudium, 33).
6.*O Conselho Missionário reunir-se-á ao menos duas vezes ao ano, para a apresentação do Plano Anual de Missão e para Avaliação.
Compromisso Missionário
O Papa Bento XVI no dia 22 de maio de 2006, na homilia de abertura do II Congresso Mundial dos Movimentos e das Novas Comunidades, nos apresenta a importância do caráter missionário das Novas Comunidades:
“Portanto digo-vos, queridos amigos dos Movimentos: fazei com que eles sejam sempre escolas de comunhão, companheiros a caminho nos quais se aprende a viver na verdade e no amor que Cristo nos revelou e comunicou por meio do testemunho dos Apóstolos, no seio da grande família dos seus discípulos. Ressoe sempre no vosso coração a exortação de Jesus: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no céu" (Mt 5, 16). Levai a luz de Cristo a todos os ambientes sociais e culturais em que viveis. O impulso missionário é comprovação da radicalidade de uma experiência de fidelidade sempre renovada ao próprio carisma, que leva além de qualquer fechamento cansado e egoísta em si. Iluminar a obscuridade de um mundo transtornado pelas mensagens contraditórias das ideologias!”
E continua:
“Os Movimentos eclesiais e as Novas Comunidades são hoje sinal luminoso da beleza de Cristo e da Igreja, sua Esposa. Vós pertenceis à estrutura viva da Igreja. Ela agradece pelo vosso compromisso missionário, pela ação formativa que desempenhais de modo crescente sobre as famílias cristãs, para a promoção das vocações ao sacerdócio ministerial e à vida consagrada que desenvolveis no vosso âmbito.”
Também somos exortados pelo Papa Bento XVI no encontro com os Movimentos e Novas Comunidades Eclesiais celebrado no dia 3 de junho, véspera de Pentecostes, na Praça de São Pedro, no Vaticano, a sermos missionários.
“O Espírito Santo deseja a unidade, quer a totalidade. Por este motivo, a Sua presença demonstra-se finalmente também no impulso missionário. Quem encontrou algo de verdadeiro, de belo e de bom na sua própria vida; o único tesouro autêntico, a pérola inestimável corre para o compartilhar em toda a parte: na família e no trabalho, em todos os âmbitos da sua existência. E fale sem qualquer temor, porque sabe que recebeu a adoção de filho; sem qualquer presunção, porque tudo é dádiva; e sem desânimo, porque o Espírito de Deus precede a sua ação no "coração" dos homens e como semente nas mais diversificadas culturas e religiões. Fale sem fronteiras, porque é portador de uma boa notícia destinada a todos os homens e a todos os povos. “
Nossa Missão - Tudo com Amor
Nossa missão como Comunidade Graça, Misericórdia e Paz é de levar o Evangelho de Jesus aos corações de todos os irmãos, principalmente daqueles que ainda não ouviram falar da mensagem salvífica do Nosso Senhor.
Princípio básico de nossa missão é tudo fazer com amor, para que nossa Comunidade tenha um “coração” e não somente métodos. O primeiro lugar do transbordar deste amor de Deus através de nós deve ser nossa família.
A evangelização não é só anuncio, mas também experiência, por isso precisamos proporcionar ao irmão evangelizado um encontro pessoal com Cristo.
Baseamos nossa missão nas palavras de Mateus 11, 28-30; Isaías 43, 6 e I Coríntios 9, 20ss:
"28 Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. 29 Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. 30 Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve." (Mt 11, 28- 30)
Desejamos realizar aquilo que Deus quer: deve crescer em nós cada dia o desejo de ser dEle e levar cada vez mais almas para Ele:
"Devolve-os porque são meus filhos! Amados, queridos! Fui eu que os escolhi! Não os retenhas." (Is 43,6)
“Com judeus, me fiz judeu, para ganhar os judeus. Com os súditos da lei, me fiz súdito da lei - embora não fosse mais súdito da lei - para ganhar os súditos da lei. Com os sem-lei, me fiz sem-lei – eu que não era sem a lei de Deus, já que estava na lei de Cristo - para ganhar os sem-lei. Com os fracos me fiz fraco, pra ganhar os fracos. Para todos me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho de Cristo eu faço tudo, para dele me tornar participante” (I cor 9, 20ss)
Através do anúncio querigmático e profundo da palavra de Deus e da doutrina da Igreja é que desempenhamos nossa vida apostólica elaborando, aplicando e apoiando atividades sociais e de evangelização em que fomos convidados e/ou convocados pela santa Igreja.
Não basta saber das necessidades do mundo, mas sim nos fazer sofrer pelas necessidades de Deus no mundo.
Centrada no anúncio da Misericórdia de Deus devemos ter dentro de nós uma inquietude que o mundo seja misericordioso. Sofrer pela necessidade do mundo ser misericordioso. Sofrer pelos desertos de amor e misericórdia.
Somos chamados a ser a “voz que clama no deserto.” Sem deserto não precisa de profeta. É porque no mundo há desertos de amor e misericórdia que somos chamados a ser profetas do amor e da misericórdia.
O consagrado é aquele que vive a radicalidade do batismo. Somos chamados a viver essa radicalidade que o Mistério de Cristo nos chama através do nosso carisma. É na radicalidade do carisma que nos tornamos profetas. Radicalidade significa viver de maneira intensa. É a essência. Vem da raiz.
Para ser profeta precisamos ser amigos de Deus na oração, na escuta da Palavra...
O profeta inquieta-se com sua profecia. Inquieta-se em anunciar a misericórdia de Deus. O profeta é aquele que sente o grito de Deus no seu interior e faz ecoar. O apóstolo Paulo vai dizer que para ele evangelizar é uma necessidade. Sigamos nós o exemplo do apóstolo das gentes.
O que no meu carisma faz com que eu viva de maneira especial o Mistério de Cristo? Por que vivo essa missão?
Quando estamos na intimidade com Cristo temos a audácia de enfrentar o mundo e de fazer “loucuras” pela evangelização. Se dentro do nosso carisma vivemos a intimidade com Cristo os pedidos de missão que somos chamados não serão estranhos fardos. Quando estamos em intimidade somos capazes de realizar estas “loucuras” cheias de sabedoria de Deus, mas ao contrário, se não estamos em intimidade com Cristo, as missões parecerão fantasmas, maluquices...
A importância da missão está em pensarmos que não fomos criados para nós mesmos como bem nos apresenta Moysés:
“O fundador é aquele que inicia dando a sua vida. Quanto mais o fundador e os primeiros dão a sua vida como o mistério da cruz, o carisma vai transbordando e gerando uma família espiritual que vai sendo impulsionada para a missão. Uma Nova Comunidade não existe para si mesma; é gerada por Deus para ir em busca desses jovens que estão feridos, de um povo ferido que desconhece a alegria da vida, que desconhece Jesus Cristo. Por isso Deus gera as Comunidades para a missão. (Moiysés )
Fazer missão é olhar a dignidade do outro, acolher, tratar com carinho, ver uma obra de Deus no outro.
Devemos ser missionários contagiantes levando o evangelho, ser católico - que significa universal - aberto a todos, aberto a todas as realidades (Mc 16, 9-15 - Ide por TODO mundo).
Não podemos esquecer que é fundamental a constância e o acompanhamento cuidadoso pelas pessoas evangelizadas, assim como Deus faz conosco, assim como Paulo que visitava uma, duas (...) vezes para confirmar os irmãos na fé. Em síntese, não devemos ser imediatistas.
Abaixo cito algumas leituras que nos fazem refletir a importância da Missão:
10 «Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu. 11 O Filho do Homem veio para salvar o que estava perdido.12 O que vocês acham? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, será que ele não vai deixar as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13 Eu garanto a vocês: quando ele a encontra, fica muito mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14 Do mesmo modo, o Pai que está no céu não quer que nenhum desses pequeninos se perca. (Mt 18, 10-14)
“Não se envergonhar do Evangelho -* 6 Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos. 7 De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria. 8 Não se envergonhe, portanto, de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro; pelo contrário, participe do meu sofrimento pelo Evangelho confiando no poder de Deus. 9 Ele nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não por causa de nossas obras, mas conforme seu próprio projeto e graça. Esta graça nos foi concedida em Jesus Cristo desde a eternidade, 10 mas somente agora foi revelada pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo. Ele não só venceu a morte, mas também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho”. (2Tm 1, 6-10)
Poderíamos ainda citar alguns escritos de Santa Faustina no seu diário (A Misericórdia divina na minha alma) números 350 e 491:
“Não consigo imaginar uma religiosa... que não tenha um espírito apostólico. O zelo pela salvação das almas deve arder nos nossos corações”. (350)
“Oh! Que grande felicidade enche a minha alma pelo conhecimento de Deus, da Vida Divina. Desejo partilhar essa felicidade com todos os homens, não a posso guardar no coração só para mim, porque suas chamas queimam-me e dilaceram o meu peito e as minhas entranhas. Desejo percorrer o mundo todo e falar às almas da grande misericórdia de Deus...”(491)
Somos chamados a sermos missionários da Divina Misericórdia com um coração misericordioso em todos os lugares que passarmos. Este é o chamado que Deus faz à Comunidade Graça, Misericórdia e Paz; e a Ele queremos ser fieis e obedientes.
Novos Métodos, Novas Expressões e Novo Ardor
Para refletir nosso carisma é necessário um projeto de evangelização que brote de um ardor missionário:
“Não são os projetos que nos dão ardor missionário, é o ardor missionário que nos dá projetos” (Inaldo Alexandre)
Peço que o Espírito Santo dê a todos nós, membros da Comunidade Graça, Misericórdia e Paz este ardor missionário para que brote um projeto de evangelização capaz de refletir nosso carisma.
Projeto este que deve ter o tripé da nova evangelização: “novos métodos, novas expressões e novo ardor (entusiasmo).
Como não se entusiasmar quando a causa é anunciar Cristo?
No pontificado do Papa João Paulo II o Pontifício Conselho para os Leigos acolheu fundadores e responsáveis pelas diversas Comunidades a fim de criar uma Fraternidade de Comunidades de Vida e Aliança; após aprovação e reconhecimento foi erigida por um decreto desse Conselho no dia 30 de novembro de 1990 a Catholic Fraternity of Charismatic Convenant Comunities and Fellowships como Associação Privada de Fiéis Cristãos de Direito Pontifício, com a finalidade entre outras de “compartilhar, incentivar e consolidar o fruto da vida cristã que o Senhor trouxe, por meio do seu Espírito, dentro das Comunidades e Associações”.
Meditar os documentos "Evangelli Gaudium" e "Anunciai"
Fabio Limeira