Contextualizando
Existem as horas menores: Terceira, Sexta e Nona (9h, 12h e 15 h respectivamente). No inínicio não eram tidas como horas canônicas, e sim como oração geral particular.
"... e três vezes por dia ele se punha de joelhos, orando e confessando o seu Deus: justamente como havia feito até então."
(Dn 6, 11)
No dia de pentecostes os apóstolos estavam reunidos na terceira hora: "Estes homens não estão embriagados, como pensais, pois esta é apenas a terceira hora do dia." (At 2, 15)
"No dia seguinte, enquanto caminhava e estando já perto da cidade, Pedro subiu ao terraço da casa, por volta da sexta hora, para orar." (At 10, 9)
"Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona." (At 3, 1)
Hipólito no século III nos dá esclarecimentos sobre o conteúdo da oração. Jesus é o nosso modelo que na terceira hora foi pregado na cruz, na sexta hora orou na cruz e na nona hora morreu na cruz.
Na interpretação da oração da meia-noiste ele parte do significado simbólico do que acontece na natureza: porque toda a criação para em silêncio e ouve o Senhor, os fiéis devem fazer o mesmo.
As horas cardeais, laudes e vésperas, foram ordenadas pelos bispos no século IV. Segundo a Constituiçao Apostólica, o bispo deve reunir os fiéis no início da noite e no começo da manhã.
Mais ou menos no século IX, a liturgia da horas é assumida pelo clero em geral, que naquela época vivia normalmente em comunidades. Na alta Idade Média, dissolveram-se grande parte destas comunidades; a obrigação de oração passou então a cada clérigo individualmente.
Fabio Limeira
fundador da Comunidade Graça, Misericórdia e Paz
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina (1174-1178) :
A LITURGIA DAS HORAS
1174. O mistério de Cristo, a sua Encarnação e a sua Páscoa, que celebramos na Eucaristia, especialmente na assembleia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das Horas, «o Ofício divino» (52). Esta celebração, na fidelidade às recomendações apostólicas de «orar sem cessar» (53) «constituiu-se de modo a consagrar, pelo louvor a Deus, todo o curso diurno e nocturno do tempo» (54). É «a oração pública da Igreja»(55), na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio real dos baptizados. Celebrada «segundo a forma aprovada» pela Igreja, a Liturgia das Horas «é verdadeiramente a voz da própria Esposa que fala com o Esposo; mais ainda, é a oração que Cristo, unido ao seu corpo, eleva ao Pai» (56).
1175. A Liturgia das Horas está destinada a tornar-se a oração de todo o povo de Deus. Nela, o próprio Cristo «continua a exercer o seu múnus sacerdotal por intermédio da sua Igreja» (57). Cada qual participa nela segundo o seu lugar próprio na Igreja e as circunstâncias da sua vida: os sacerdotes, enquanto dedicados ao ministério pastoral, porque são chamados a permanecer assíduos na oração e no ministério da Palavra (58): os religiosos e religiosas, em virtude do carisma da sua vida consagrada (59); e todos os fiéis, segundo as suas possibilidades: «Cuidem os pastores de almas de que, nos domingos e festas mais solenes, se celebrem em comum na Igreja as Horas principais, sobretudo as Vésperas. Recomenda-se também aos próprios leigos que recitem o Ofício divino, quer juntamente com os sacerdotes, quer reunidos entre si, ou mesmo sozinhos» (60).
1176. Celebrar a Liturgia das Horas exige, não somente harmonizar a voz com o coração que ora, mas também procurar «adquirir maior instrução litúrgica e bíblica, especialmente quanto aos salmos» (61).
1177. Os hinos e as preces litânicas da Liturgia das Horas inserem a oração dos salmos no tempo da Igreja, exprimindo o simbolismo do momento do dia, do tempo litúrgico ou da festa celebrada. Além disso, a leitura da Palavra de Deus em cada Hora (com os responsórios ou tropários que a seguem) e, em certas horas, as leituras dos Padres e mestres espirituais, revelam mais profundamente o sentido do mistério celebrado, ajudam a compreender os salmos e preparam para a oração silenciosa. A lectio divina, na qual a Palavra de Deus é lida e meditada para se tornar oração, é deste modo enraizada na celebração litúrgica.
1178. A Liturgia das Horas, que é como que um prolongamento da celebração eucarística, não exclui, antes postula como complemento, as diversas devoções do povo de Deus, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.
saiba mais:
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/details/ns_lit_doc_20120613_quando-celebrare4_po.html